A Herpes Zoster é uma doença também conhecida popularmente como “cobreiro“, uma doença viral que pode causar muita dor, desconforto e preocupação. Apesar de ser bastante comum, a maior parte das pessoas não sabem coisas importantes sobre sintomas, formas de transmissão, riscos de complicações e tratamentos.
O Infectologista é o médico especializado em infecções virais e em cuidados preventivos, sendo o profissional ideal para acompanhar casos de Herpes Zoster.
Este texto foi preparado pelo Dr. Lorenzo Gavazza, Infectologista (CRM 15462 ES | RQE 14158), formado e especializado pela Universidade Federal do Espírito Santo, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, com atuação baseada em evidências científicas, através de atendimento humanizado, sem pressa e com acompanhamento personalizado durante Todo o tratamento.

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Caso queira agendar sua consulta ou mesmo saber mais sobre as diversas doenças que o doutor trata, sobre a forma como realiza seus atendimentos ou quaisquer outras dúvida, entre em contato conosco. Será um prazer esclarecê-las.
O que é o Herpes Zoster?
O Herpes Zoster é uma infecção causada pelo vírus Varicela-Zoster (VVZ), o mesmo vírus que provoca a catapora que geralmente ocorre na primeira infância.
A catapora é uma doença viral caracterizada por febre e lesões difusas papulo-vesiculares em todo o corpo. Após a ocorrência da catapora na infância (ou mesmo na vida adulta), o vírus não é completamente eliminado do corpo. Ele permanece “escondido” no nosso sistema nervoso, mais especificamente nos gânglios de nervos. Com o passar dos anos, o vírus pode se reativar em momentos específicos, principalmente quando o sistema imune estiver mais enfraquecido – o que pode se dar devido a diversas causas que falaremos adiante.
Quando isso acontece, ele provoca um quadro de inflamação dolorosa nos nervos, seguida de erupções na pele por ele inervada. A essa reativação viral com lesões típicas que chamamos de Herpes Zoster.
Em resumo: O Herpes Zóster não é uma “nova” infecção. É a reativação de um vírus antigo que já estava no seu corpo desde o episódio de Catapora. É uma doença que afeta o sistema nervoso e a pele.
Quem pode ter Herpes Zoster?
Com o envelhecimento, é comum que a imunidade das pessoas fique cada vez mais prejudicada ao passar dos anos, fenômeno que chamamos de imunossenescência. Então, Idosos (a partir dos 60 anos), é esperado que por essa queda de imunidade as pessoas possam vir a manifestar a doença.
(Estima-se que uma a cada três pessoas vá manifestar zoster alguma vez na vida, sobretudo na terceira idade)
Pessoas que fazem uso de imunossupressores, quimioterapia, corticóides por tempo prolongado, além de pacientes portadores de câncer, doenças crônicas metabólicas e infecções crônicas como HIV tem maiores chances de manifestar doença, inclusive com quadros mais graves do que da população geral.
Além disso, a cada dia que passa, vejo mais pacientes jovens sem comorbidades chegando em meu consultório manifestando quadro de Herpes zoster. E quando isso acontece, precisamos realizar exames investigando se eles apresentam algo estrutural que esteja de fato prejudicando sua imunidade, desde doenças não diagnosticadas, até deficiências de vitaminas, entre outras possibilidades.
Muitas vezes, não encontramos doenças de base que justifiquem, mas vemos que o estilo de vida atual com stress crônico persistente, alimentação desbalanceada, sedentarismo, desidratação e sono sem qualidade são desencadeadores de uma imunidade ruim que propicia a manifestação da doença. E para isso, precisamos fazer todo um trabalho para reorganizar a vida do paciente e recuperar essa imunidade com a estratégia correta.
O que o vírus causa no corpo humano?
Quando o Varicela-Zoster se reativa, ele percorre o trajeto de um nervo até a pele, causando:
- Dor intensa, em queimação ou pontadas
- Alterações de sensibilidade, como formigamento e dormência
- Manchas avermelhadas que evoluem para vesículas (Pequenas bolhas)
- Inflamação dos nervos, podendo gerar dor persistente mesmo após resolução das lesões
Essa dor acontece porque o vírus inflama o nervo de forma persistente, causando um quadro chamado neurite inflamatória.
Em casos mais avançados, essa inflamação pode deixar sequelas dolorosas importantes que podem durar semanas e até vários meses, chamada neuralgia pós-herpética — uma condição que exige avaliação e tratamento cuidadoso, de preferência com acompanhamento de um especialista como o infectologista.

Imagem ilustrativa de nervo acometido, levando a surgir lesão na pele (Dermátomo) que é inervada por aquele nervo.
Formas de transmissão da Herpes Zoster
Muitas pessoas tem medo de chegar perto de alguem com Zoster por medo de se contaminar, mas a forma de transmissão é um pouco diferente do comum.
As lesões bolhosas podem transmitir o vírus da Herpes zoster, mas não transmitem a doença herpes zoster em si. Ele é transmitido somente para pessoas que nunca tiveram catapora e que não foram vacinadas. Neste caso a pessoa infectada manifestará Catapora e não o herpes zoster.
A transmissão acontece por:
– Contato direto com líquido das bolhas
– Contato com secreções das lesões
– Raramente, por gotículas respiratórias e aerossóis (Esperado em pacientes imunossuprimidos)
Período Contagioso: A pessoa é contagiosa a partir do momento em que as bolhas aparecem até que elas sequem e formem crostas (cascas).
Recomendação: Se você tem lesões ativas, é fundamental cobri-las e evitar contato com:
- Bebês prematuros.
- Grávidas que nunca tiveram Catapora.
- Pessoas com o sistema imunológico muito fraco.
Em resumo: O Herpes Zoster em si não é contagioso, mas o vírus pode infectar alguém suscetível, Manifestando catapora nessa pessoa.
Sintomas da Herpes Zoster
O principal sintoma guia é a dor, que pode surgir de forma súbita ou progressiva, e pode apresentar diferentes características em cada pessoa.
Sintomas iniciais
- Dor bem localizada
- Sensação que pode variar desde ardência, queimação, coceira ou choque elétrico
- Hipersensibilidade importante na pele (Para mínimos contatos, mesmo o contato da camisa ou vento pode desencadear dor)
- Cansaço
- Mal-estar
- Febre baixa (em alguns casos)
Sintomas na fase de lesões
A inflamação segue o trajeto do nervo e manifestam na pele:
- Manchas avermelhadas
- Pequenas bolhas agrupadas
- Dor intensa no local
- Aumento da sensibilidade
- Sensação de queimação constante ou os sintomas citados acima
Geralmente as lesões surgem em um só lado do corpo, quase sempre no mesmo trajeto do nervo. As regiões mais acometidas são o abdome, costas, tórax e face.
Os sintomas de dor podem surgir juntamente com as lesões de pele típicas, mas algumas vezes eles podem surgir dias antes de qualquer manifestação na pele, o que pode dificultar bastante a definição do quadro inicial como herpes zoster.
Fase de Recuperação
A dor começa a diminuir à medida que as lesões cicatrizam. No entanto, em alguns casos, a dor pode persistir, levando à principal complicação que pode durar por longos períodos.
Atenção: Se você sentir dor intensa em uma área do corpo e, dias depois, surgirem bolhas agrupadas, procure imediatamente um médico, de preferência um Infectologista, para iniciar o tratamento o mais rápido possível.

Complicações da Herpes Zóster
A maioria dos casos de Herpes Zóster se resolve sem grandes problemas.
Em alguns casos, as lesões de pele deixam prejudicada a barreira de proteção da pele, podendo haver quadros de infecções bacterianas sobrepostas aos locais de lesões.
Além disso, a doença pode levar a complicações sérias, especialmente em pessoas idosas ou com a imunidade enfraquecida.
Neuralgia Pós-Herpética (complicação mais comum)
Trata-se da dor que falamos previamente, ela pode permanecer por meses ou anos após as lesões terem cicatrizado.
É mais frequente em:
- Idosos
- Pessoas com imunidade baixa
- Casos de dor intensa no início
- Zoster não tratado rapidamente – Se iniciado de forma precoce, o tratamento ajuda na prevenção dessa complicação
>> Essa dor pode ser incapacitante e prejudicar muito a qualidade de vida.
Zóster Ocular (Oftálmico)
Ocorre quando o vírus inflama o nervo que vai para os olhos. Trata-se de uma emergência médica.
Consequências: Pode causar inflamação muito grave do olho, gerando dor, vermelhidão e, em casos extremos, perda da visão permanente.
Comprometimento neurológico
Pode gerar quadros graves de:
- Meningite
- Encefalite
- Paralisias motoras
Quadro disseminado
Quando o vírus se espalha pelo corpo, acometendo diversos órgãos e levando a quadros ainda mais graves.
Ocorre em pacientes com imunidade severamente comprometidas.
Tratamento da Herpes Zoster
O tratamento da herpes zoster deve ser iniciado o mais rápido possível, de preferência nas primeiras 72 horas após o surgimento das lesões. Os estudos mostram que isso minimizará os sintomas, reduzirá o tempo de doença e diminuirá a chance de recorrência.
Os principais pilares do tratamento são:
1. Antivirais
Medicamentos que reduzem a multiplicação do vírus, aceleram a recuperação e diminuem o risco de complicações. Quanto mais cedo iniciados, mais eficazes serão.
Exemplos:
- Aciclovir
- Valaciclovir
- Famciclovir
O infectologista é o melhor médico para diagnosticar precocemente o quadro como uma Herpes zoster e prescrever o medicamento mais adequado para o seu caso, garantindo o melhor resultado com seu início precoce.
2. Analgesia
A dor do Zoster pode ser intensa. A analgesia pode incluir:
- Antiinflamatórios
- Analgésicos comuns
- Tratamentos para dor neuropática, necessário em alguns casos
3. Tratamento local das lesões
Orientações específicas de cuidados e limpeza de feridas, para evitar infecção secundária.
4. Tratamento da dor neuropática
Em casos de neuralgia pós-herpética, pode ser necessário o uso de:
- Medicamentos de ações mais específicas como anticonvulsivantes e antidepressivos
- Utilização de compressas e tratamentos locais como anestésicos e outros cremes específicos
- Terapias complementares
- Até Procedimentos para alívio da dor como toxina botulínica e bloqueios de nervos podem ser necessários
O acompanhamento com infectologista é fundamental para ajustar a terapêutica, complementar medidas e avaliar a evolução da inflamação nervosa.
Formas de prevenção
1. Vacina contra Herpes Zoster
A vacina, hoje, é a forma mais eficaz e segura de prevenção. Hoje temos uma vacina extremamente eficaz e segura. Apesar de infelizmente ainda não ser coberta pelo SUS, é possível encontrar a vacina em clínicas particulares e vale bastante a pena o investimento.
Diversos pacientes meus, em consultório, diante de quadro de Dor intensa por zoster, relatam com grande pesar que se arrependem de não ter se protegido com a vacina antes e evitado um quadro tão desagradável.
A vacina reduz:
- Risco de desenvolver Herpes zoster
- Risco de apresentar a neuralgia pós-herpética (Dor persistente após melhora da lesão de pele)
- Tempo de doença e intensidade de sintomas, caso a pessoa apresente o quadro
- Tempo de incapacidade
- Risco de recidivas – Ou seja, a vacina é recomendada para pessoas que já tiveram quadro de Herpes zoster, para previnir que tenham novos quadros
Então, a vacina é recomendada especialmente para:
- Pessoas acima de 50 anos
- Pacientes com doenças que reduzam a imunidade
- Pacientes que já tiveram episódios anteriores e querem evitar novos
Obs. Apesar das indicações formais acima, qualquer paciente, mesmo que adulto jovem e sem problemas de saúde, pode tomar a vacina para já garantir sua proteção.
Você Sabia?
Estudos recentes, incluindo uma meta-análise global de 19 pesquisas e estudos observacionais (como um sul-coreano com mais de 1,2 milhão de pessoas), indicam uma associação entre a vacinação contra o herpes-zóster (cobreiro) e uma redução no risco de eventos cardiovasculares graves, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC)
2. Estilo de vida saudável
Pela característica do vírus reativar quando o sistema imunológico está enfraquecido, hábitos saudáveis ajudam bastante na prevenção, dentre eles:
- Sono adequado
- Alimentação equilibrada – Dieta rica em vitaminas e minerais, evitando alimentos industrializados e ultraprocessados
- Atividade física regular
- Redução de estresse
- Controle de doenças crônicas
Em consulta com Dr. Lorenzo Gavazza – Infectologista, ele buscará explorar detalhes da sua rotina e melhorar progressivamente os hábitos e cuidados, para construirmos uma imunidade sólida que mantenha o vírus da Herpes zoster adormecido sem se manifestar e possamos prevenir diversas outras doenças infecciosas e não infecciosas.
3. Acompanhamento médico
Deste modo, não só quem manifestou a doença, mas também quem possui maior risco deve realizar acompanhamento preventivo com especialista.

Conclusão
Espero que esse texto tenha sido proveitoso para você que queria saber mais detalhes sobre essa doença.
É importante reforçar que cada pessoa tem um organismo único, que manifestará a doença de uma forma única, e o mais importante de buscar um médico especialista é que ele vai avaliar a melhor forma de tratamento especificamente para o seu caso e a sua realidade.
Caso conheça alguem que já tenha apresentado a doença ou algo parecido, encaminhe esse texto para informa-la.
E se já apresentou quadro que possa se encaixar com tudo o que foi dito aqui, não perca tempo e não dê chance da doença se agravar ou recidivar, agende sua consulta e se cuide.
Estamos a disposição para dúvidas e esclarecimentos.
Leia também:
https://saude.abril.com.br/medicina/alem-da-dor-herpes-zoster-e-ligada-a-risco-de-infarto-e-avc
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